domingo, 12 de junho de 2011



EU E A UFBA: realização de um sonho
Na semana que fiquei sabendo sobre a possibilidade de fazer um curso em uma das melhores Universidades (UFBA), eu mal dormia. Só pensava nisto e ao mesmo tempo morria de medo de fracassar no vestibular, ou melhor, dizendo processo seletivo. Lembro-me que tinha uma grande chance devido ao número de vagas destinadas a minha cidade, mas assim mesmo o coração batia mais forte em pensar nisso tudo.
Nunca havia sentido tanta tensão como nos dias do processo seletivo; a cabeça doía muito, minhas pernas estavam bambas, meu pensamento era mais negativo do que positivo porque era diferente o método de avaliar, invés de ser realizadas provas, estaríamos reescrevendo a nossa história, ou melhor, dizendo construindo o nosso memorial.
Toda tensão foi recompensada ao ver meu nome e de minhas colegas na lista de classificação. Quanta emoção! “Será que é verdade?” Pensava eu. As expectativas eram muitas. Toda minha família estava feliz por mim. Era um sonho sendo realizado. Quantos gostariam de estar no meu lugar! O sorriso transpassava de uma orelha a outra, era engraçada de ver!
Algumas pessoas ficaram com inveja e raiva, por que nunca acreditavam que iríamos prestar um vestibular de maneira diferente, estaríamos construindo o nosso memorial. Quem já se viu vestibular não ter provas? Que, diga-se de passagem, não foi fácil. Estamos em busca de maiores conhecimentos, de respostas as nossas dúvidas, de novos caminhos a serem percorridos como todos os estudantes. Nossa diferença: nós temos a prática. Talvez seja esse detalhe que tanto incomoda.
Para ser sincero, esse preconceito foi para mim uma frustração, mas também funcionou como uma alavanca para que nós “professores”, tivéssemos muito mais garra.
Que emoção! O primeiro dia de aula! Por mais que estudamos, o primeiro é sempre o primeiro. Muitas expectativas procuram por pessoas conhecidas, novas amizades... Alegria, muita alegria! Sensação de alívio e responsabilidades: alívio por ter conseguido, mas esta vitória; responsabilidades de estar na UFBA.
Estou no ciclo quatro e relatando um pouco da minha trajetória de vida. Vejo que a faculdade está abrindo novos horizontes na minha caminhada; novas práticas estão surgindo e renovando o meu saber. Hoje, depois do quarto ciclo, consegui ver o quanto a minha prática em sala de aula renovou, surgindo outra profissional.
Com as contribuições das atividades oferecidas pela UFBA percebo que minha prática está ainda melhor não que me considere uma professora ruim, mas, sei que estou disposta a aprimorar minhas aulas ainda mais.
Somos todos aprendizes neste maravilhoso planeta, e para mim, melhores encanto de viver é justamente vivenciar com atenção as surpresas e lições que me acontecem, e uma das aprendizagens mais importantes que procuro aplicar.
Para ser sincero, esse preconceito foi para mim uma frustração, mas também funcionou como uma alavanca para que nós “professores”, tivéssemos muito mais garra.
A professora deve, acima de tudo, saber lidar com pessoas e se adaptar a elas e as situações que podem ocorrer. Além disso, este curso serve como base que se origina na prática.
Dentro desta prática, contudo, devo sempre buscar os elementos que poderão servir de base para novas pesquisas, ou, pelo menos estar consciente de que existe todo um aparato cientifico por trás da prática do professor.
Assim, transformando a minha prática que era tradicional com aulas expositivas, em aulas dinâmicas, e utilizando-me de vários recursos.
Tendo como auto-conceito, a transformação de teorias tradicionais para teorias construtivistas, tendo um futuro com os alunos que, com métodos criativos, que os transformam em grandes críticos e formadores de opiniões.
As leituras realizadas em sala de aula e as lidas em casa trouxeram muitas soluções e mudanças para o meu trabalho em sala de aula, fazendo com que eu assumisse o papel diferente, com novas posturas frente ao meu aluno e os seus conflitos. Vejo a escola como um espaço educativo, com regras a serem cumpridas e determinadas. Nesse processo todo me vejo como uma formadora de opinião e entendimento a questão da educação como um todo. Por isso não basta apenas saber um pouco de psicologia e do conteúdo que vai ensinar, por isso que acredito que estudar é uma grande chance de progresso, tanto para o professor como para as crianças.
Quantas aulas, do curso de Pedagogia, levo para minha sala de aula e para minhas colegas de escola! Todas as brincadeiras, cada dinâmica diferente, as trocas de experiências, os jogos, os conceitos matemáticos etc. Enfim, esta acontecendo muitas atividades interessantes e leituras que motivam a minha mudança em muitos aspectos que antes não conhecia.
Lembro-me da questão de como ensinar os conceitos matemáticos, da multiplicação, e como levar meu aluno, a memorizar através da tabuada cantada, onde ele pensaria sobre a questão de aprender a cantar as cantigas de roda.
Na medida em que posso, sempre colocar em prática na sala de aula sobre temas significantes que aprendi e aprendo no curso. Se eu fosse contar todas as experiências não iria conseguir. Se apenas que meu planejamento é de constantes variações, fazendo das minhas dinâmicas em sala de aula bem diferentes e prazerosas.
A cada dia abre novos horizontes, não querendo assim escrever que me tornei uma professora cheia de teorias, é lógico que não, mais o pouco que aprendi as pesquisas, as leituras, enfim todo o material utilizado foi modificando a minha prática, para melhor: hoje quando estou em determinado local, assistindo alguma palestra ou curso de capacitação percebo que entendo melhor do assunto que se fala e posso argumentar.
Aprendi a fazer RESENHA através desse curso, aliás, nem sabia o que era isso. No início foi muito difícil, quando a professora Luiza Seixas passou,cheguei até chorar de angústias, por que não sabia como começar, mas, graças com ajuda da professora consegui fazer a minha resenha.
É por isso que valorizo muito esse curso de Pedagogia. É ele que nesses dois anos tem produzido as mudanças significantes, que estão ocorrendo na minha trajetória como professora, dando significados importantes para a minha valorização como professora e educadora.
As professoras: Marcea Sales e Isis Ceuta trouxeram para nós o GEAC – A (auto) Formação no Percurso da Vida. Participar deste GEAC contribuiu muito para a minha formação. Fizemos vários estudos. Observei que a vida das pessoas é formada por vários acontecimentos, a partir daí é que vamos escrevendo a nossa história de vida. Quando narramos a nossa história, costumamos citar fatos que ficaram guardados na nossa lembrança. Geralmente, esses fatos têm um significado importante para nós e, de alguma forma, eles marcaram a nossa vida.
Levei para sala de aula a importância das pessoas falar, escrever ou até mesmo em forma de desenhos, que as pessoas pode contar a sua história de vida. Pedir aos alunos que fizessem um desenho sobre um fato importante que ficou guardado na sua lembrança. Em seguida os alunos apresentaram os seus desenhos para os colegas. Mas, o que me chamou atenção foi o desenho do aluno Bruno, que desenhou uma mulher e um bebê no colo, falando que era a sua mãe com ele. Que pena! Ela faleceu. Da maneira que ele se expressou comecei a chorar.

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