Alfabetização e letramento” Desafios ...
Análise sobre o texto “Alfabetização e letramento” Desafios ...
por : RobertoDana Autor : Antônio Augusto Gomes Batista
O Brasil nas últimas décadas. Algumas pesquisas nacionais e internacionais traduzem essa lacuna e colocam o Brasil entre um dos piores índices do mundo. Segundo o teste PISA 2006 (sigla em inglês, Programa Internacional para Avaliação do Aluno), o País figura na 48º posição mundial (estudo feito com 56 países) no quesito leitura. Nesse teste, 56% dos jovens no nível um ou abaixo dele (a escala vai até cinco). Isso coloca que esses jovens só são capazes de localizar informações explícitas nos textos e fazer conexões simples. O SAEB 2003, amostra que 55% dos alunos da 4ª série, níveis de desempenho escolar crítico ou muito crítico em leitura. Neste mesmo teste, apenas 4,48% dos alunos da 4ª série possuem um nível de leitura adequado ou superior e 36,2% ainda estão começando a desenvolver a habilidade com leitura na 4ª série. O desenvolvimento da leitura e escrita também e bem reduzido de uma série para outra (até a conclusão do ensino médio). Alguns saudositas acham que voltando as práticas aplicadas na alfabetização de nossos avós, poderíamos sanar esses problemas, contudo isso não seria a solução, pois a maioria dessas dificuldades apresentadas na leitura e escrita e derivada de politicas educacionais e sociais. Não precisa ser um grande pesquisador em educação brasileira para saber em que classe e região encontramos os maiores índices de analfabetismo. Mesmo sem politicas voltadas a erradicação do analfabetismo, podemos ver (mesmo que lentamente) uma significativa diminuição do número de analfabetos entre o século XIX e o XXI. O aumento de alfabetizados desde o século XIX até hoje, aumentou de 18% para 83%, mesmo assim é um índice baixo para um país como o Brasil. É interessante frisar o que é entendido pelos governantes como sendo alfabetização. Esse entendimento coloca que uma pessoa que domina as primeiras letras, e tem habilidade básica ou inicial de ler e escrever, pode ser considerada alfabetizada. Magda Soares, relata essa visão governamental em seu texto “A ressignificação do conceito de alfabetização nos Censos”: (...) até os anos 40 do século passado, os questionários do Censo indagavam, simplesmente, se a pessoa sabia ler e escrever, servindo, como comprovação da resposta afirmativa ou negativa, a capacidade de assinatura do próprio nome. A partir dos anos 50 e até o último Censo (2000), os questionários passaram a indagar se a pessoa era capaz de “ler e escrever um bilhete simples”, o que já evidencia uma ampliação do conceito de alfabetização: já não se considera alfabetizado aquele que apenas declara saber ler e escrever, genericamente, mas aquele que sabe usar a leitura e escrita para exercer uma prática social em que a escrita é necessária. O conceito de alfabetização, ganhou novas definições, que dependem do estágio em que o “alfabetizado” se encontra. Surge então a denominação “alfabetizado funcional”, aonde a pessoa é capaz de utilizar a leitura e a escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e usar essas habilidades para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida. A ampliação do conceito de alfabetização se manifesta também na escola, na qual pensava-se que a criança só entrava no mundo da leitura e escrita, pelo aprendizado das primeiras letras e a codificação decodificação da linguagem. Contudo na década de 1980, o surgimento de concepções psicológicas, lingüísticas e psicolinguisticas de leitura e escrita vêm mostrando que, se o aprendizado das relações entre as letras e os sons da língua é uma condição do uso da língua escrita, esse uso também é uma condição da alfabetização ou do aprendizado das relações entre as letras e os sons da língua. Nesse momento surge a visão de que alfabetizar não seria somente o domínio das primeiras letras, ele envolveria saber utilizar a língua escrita nas escrita nas situações em que essas são necessária, lendo e produzindo textos. Essa nova dimensão ficou conhecida como letramento. Servindo para designar o conjunto de conhecimentos, atitudes e de capacidades necessários para usar a língua em práticas sociais. Podemos concluir que todas as dificuldades atuais no campo da alfabetização é decorrente de um passado de desigualdades sociais e analfabetismo, além de um presente na qual as expectativas da sociedade em relação aos resultados pedem urgência nessas soluções.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário